O transporte público como solução para a mobilidade de Olinda

A Avenida Carlos de Lima Cavalcanti, ao lado da Avenida Chico Science, formam um dos corredores viários mais importantes para o transporte público na concepção do PlaMobOlinda. Na foto, simulação de uma faixa exclusiva para os ônibus, como proposto no plano, feita por Ronaldo Câmara/JC sobre foto de Filipe Jordão/JC Imagem

O transporte público coletivo como principal estratégia de melhoria da mobilidade numa cidade que tem um sistema viário limitado e, por estar espremida entre outros dois municípios (Recife e Paulista), funciona como um grande corredor de passagem. Esse é o principal recado do Plano de Mobilidade Urbana da cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, cujo relatório final foi apresentado nesta terça-feira (25/9). Pelo menos na teoria, o uso do automóvel será desestimulado – inclusive com a proposta de implantação de estacionamento rotativo Zona Azul no Sítio Histórico. E, depois do transporte coletivo, o objetivo é dar prioridade à ciclomobilidade e à mobilidade a pé na cidade.

Passamos todos esses meses discutindo os problemas e as soluções com a população de Olinda, em 13 oficinas populares. Por isso, tudo que apresentamos aqui são demandas dos cidadãos. Foram eles quem pediram, por exemplo, a criação de linhas integrando os terminais da PE-15 e de Xambá com o TI da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. Ou a implantação do Plano Diretor Cicloviário Metropolitano (PDC). Ou, ainda, a criação de estacionamento rotativo no Sítio Histórico”,

Karla Leite, diretora de Mobilidade de Olinda

 

O Plamob de Olinda começou a ser elaborado em 2016, foi discutido com a sociedade e contou com assessoria especial e gratuita da WRI Brasil Cidades Sustentáveis. O plano é o principal instrumento de planejamento dos sistemas de circulação e transporte do município, trazendo diretrizes de curto, médio e longo prazos com foco nos transportes público e não-motorizados – no caso a bicicleta e o caminhar. Agora, o relatório será transformado numa minuta de projeto de lei e encaminhado para aprovação pela Câmara Municipal, virando lei.

 

Entre os pilares do plano estão a melhoria do transporte de passageiros, a promoção de deslocamentos não-motorizados, o uso racional do automóvel, o planejamento integrado do uso do solo e, sobretudo, a infraestrutura de todo o sistema. Mas é no transporte público que os planejadores da mobilidade de Olinda se agarraram. O PlaMob elegeu seis corredores prioritários e três secundários de transporte na cidade e é a partir deles que traça as estratégias de circulação, propondo integração entre terminais de ônibus existentes no município com os do Recife e a implantação de faixas exclusivas para o transporte público nas vias. Fala, inclusive, na possibilidade futura de transformar esses corredores em sistemas de BRT (Bus Rapid Transit).

“Passamos todos esses meses discutindo os problemas e as soluções com a população de Olinda, em 13 oficinas populares. Por isso, tudo que apresentamos aqui são demandas dos cidadãos. Foram eles quem pediram, por exemplo, a criação de linhas integrando os terminais da PE-15 e de Xambá com o TI da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. Ou a implantação do Plano Diretor Cicloviário Metropolitano (PDC). Ou, ainda, a criação de estacionamento rotativo no Sítio Histórico”, explica a diretora de Mobilidade de Olinda, Karla Leite, à frente do PlaMobOlinda.

Entre as sugestões da futura legislação, a criação de um sistema BRS (Bus Rapid Service) em corredores como as Avenidas Carlos de Lima Cavalcanti e Chico Science e a Avenida Getúlio Vargas. Entre as obras mais prioritárias para que o PlaMobOlinda consiga ser, de fato, efetivado, está a retomada da Via Metropolitana Norte, que se interliga com a II Perimteral (Avenida Senador Nilo Coelho) e vira o corredor mais importante para ampliar e melhorar a circulação do município.

LEIA MAIS
Olinda começa a planejar um futuro com mais mobilidade – mesmo atrasada

MOBILIDADE ATIVA
Na ciclomobilidade, a diretriz é implantar o PDC e tentar, dentro do possível, associar a futura malha e os equipamentos cicláveis ao sistema de transporte público. Além disso, ampliar o sistema de compartilhamento de bicicletas públicas na cidade. Na mobilidade a pé, a meta é ampliar as calçadas e cobrar dos proprietários que cumpram as especificações de qualidade e segurança voltadas aos pedestres. Entre as propostas, implantar faixas de pedestres com largura mínima de três metros – sendo recomendado quatro metros –, imediatamente antes ou depois de estações e pontos de paradas de transporte público. E, ainda, criar ilhas de refúgio em vias de mão dupla ou que tenham duas ou mais faixas por sentido para reduzir colisões de trânsito com pedestres. Essas ilhas devem ter no mínimo 1,50 metro de comprimento e largura de três metros.

O plano apresenta, ainda, um diagnóstico preocupante da mobilidade caso nada seja feito nos próximos anos. Mostra que a quantidade de viagens motorizadas individuais só aumentará nos próximos anos. Em 2016 eram 343.646 por dia. Em 2021 serão 364.528 e, em 2026, 402.520. Os resultados do PlaMobOlinda podem ser vistos no site: www.plamob.olinda.pe.gov.br.

 

Fonte: JC NE 10

Fechar Menu